Apocalipse do Varejo por Ari Bruno Lorandi
Grandes de shopping em debandada
Postado em 25/09/2017
Lúcia Guimarães, colunista do Estadão, escreveu um artigo que reproduzo um trecho aqui: “Enquanto no Brasil, em 2016, 108 mil lojas fecharam as portas, nos Estados Unidos, sem recessão, o ano fez nascer uma nova expressão: apocalipse do varejo. A economia continuou em expansão, mas as falências de lojas apontaram para o fenômeno agravado este ano. Seis décadas depois da abertura do primeiro shopping moderno, em Minnesota, a paisagem suburbana do país sofre uma transformação irreversível. As grandes lojas âncoras dos shoppings, como Sears, JCPenney e Kmart estão em debandada, vítimas do comércio eletrônico. Sobram ainda 1.100 shoppings nos EUA, mas estima-se que um quarto deles não sobrevive cinco anos(...). Parte inferior do formulário
Alguns shoppings tentam sobreviver na repliki zegarków contramão do isolamento virtual, já que representam uma experiência de consumo além de compras. Perto de Manhattan, um shopping abriu boliche, clube de comédia e escola de alpinismo. A gigante tech Apple provocou alguma risada com o anúncio de que seus pontos replica rolex watches de venda não mais serão conhecidos pela plebeia palavra loja. Serão praças e o termo em inglês, “town square”, sugere a praça pública de uma cidade pequena. A empresa de US$ 800 bilhões, com seus gadgets que nos mantêm ocupados, entretidos e consumindo longe do comércio físico, tem altas aspirações para suas praças, que terão espaços para concertos e querem reunir ‘classes criativas’. Recentemente, a Patagonia, que vende roupas para esportes ao ar livre, ofereceu aulas de ioga e debates ambientais em suas ainda lojas. A tradicional cadeia de roupas Nordstrom vai abrir uma pequena loja sem roupas ou qualquer outra mercadoria. Quer atrair clientes com estilistas para orientar compras online além de oferecer manicures e um bar. Haverá reação ao que parece um certo desespero disfarçado de marquetês? Uma nova startup veio cheia de atitude. A começar pelo nome, Bodega, a empresa parecia paródia da série Vale do Silício. Bodegas são instituições nova-iorquinas, minimercados especialmente populares nas vizinhanças hispânicas. A Bodega do Vale anunciou que veio “para acabar com a bodega” com uma vitrine de produtos básicos instalada em prédios – nada mais do que uma glorificada máquina de dispensar mercadorias que a gente encontra em toda parte. Ou seja, veio para falir especialmente minorias e ridicularizar a cultura em torno das bodegas, que inclui o obrigatório gato mantendo roedores longe. Bodegas sempre foram pontos de encontro em bairros, sem o besteirol de branding. Pois a startup, turbinada por investidores anjos, levou uma surra na rede social e o CEO teve que fazer o habitual insincero mea-culpa, com direito até a clichês de apropriação cultural. Desconfio que o mundo das compras vai virar um perpétuo Ted Talk. O verdadeiro gênio do varejo fica a duas esquinas da minha casa, numa bodega. Sem recorrer a algoritmo, ele já aponta para o balde de lírios quando eu me aproximo, e me despacha com um ‘gracias, mi amor’”.
O mundo vive assim... muito antes pelo contrário, Swiss Rolex Replica ou ainda, nada é para sempre e algumas coisas duram no máximo até que um artigo sobre elas seja escrito. Quando estamos lendo é possível que tudo já tenha mudado. O que fica – e parece ser para sempre (desculpe o contrassenso) é o que está colocado no final do artigo de Lúcia Guimarães. No fim das contas o que prevalece é o velho e bom mercadinho ao lado de casa, aquele em que o dono nos chama pelo nome, sem recorrer a algoritmo ou qualquer outra parafernalha do marketing.
TAGS - Varejo, shoppings, Bodegas, Vale do Silicio
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