Ah! os formadores de opinião... por Ari Bruno Lorandi
O problema é que cada um tem sua verdade
Postado em 15/07/2014
Acompanhando a Copa do Mundo, não apenas os jogos, mas muitos “programas esportivos” na TV e rádio, e também lendo jornais e revistas, cheguei a uma conclusão: Nossa imprensa esportiva tem mais a aprender do que a nossa seleção, incluindo o técnico.
Análises superficiais, críticas e elogios motivados por momentos de emoção, reforçadas pelo corporativismo de árbitros aposentados e de treinadores em busca de 5 minutos de fama – ou, quem sabe uma boquinha na própria seleção – que não acrescentam nada ao que estamos vendo.
Só para exemplificar: muitos comentaristas responderam à pergunta mais óbvia, ou seja, por que a Alemanha ganhou a Copa. E, se a unanimidade é burra, então fia comprovado o que eu escrevi até aqui: todos disseram que foram anos de preparação que começou lá em 2002, etc. etc. etc. Mas quem assistiu a final sabe que bastava um pouco mais de habilidade para Higuaín ou para Palácio e toda a preparação da Alemanha tinha ido por água abaixo. Futebol é maravilhoso porque a qualquer momento surpreende, transforma pernas de pau em heróis e vice-versa. É simples assim.
Mas não são os “especialistas” em futebol que me preocupa. São os gefälschte louis vuitton taschen kaufen especialistas espertos que confundem os incautos a tomar decisões na área econômica de acordo com seu interesse, como foi o caso dos economistas do banco BTG Pactual, por ocasião da abertura de capital da Unicasa, em abril de 2012. Vamos lembrar a matéria que saiu na revista Exame à época, poucos dias depois do lançamento das ações na Bolsa: “Um negócio único com modelo de escala, fortes marcas e elevados retornos”. É assim que o BTG Pactual abre o relatório de início de cobertura das ações da fabricante de móveis Unicasa. A empresa, que realizou a sua oferta inicial (IPO, na sigla em inglês) em 27 de abril, já acumula uma valorização de 17% desde então. Segundo os analistas, os papéis podem subir para 22 reais, o que sugere um potencial adicional de 33%. A recomendação é de compra. “Estamos particularmente impressionados pelo Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) acima de 30% - um resultado direto do modelo de negócios”, afirmam Fabio Monteiro e João Mamede, que assinam a análise.
O resultado, todos já conhecem, e não se viu mais Fábio e João explicando o fracasso das ações. Faz parte do jogo.
E tem também os institutos que chegaram há pouco e querem sentar na janela, principalmente contestando dados econômicos de órgãos como IBGE, MDIC, entre outros. Quem acompanha o setor sabe do que estamos falando. Por sinal, em junho o IBGE publicou estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2012 (veja box abaixo) e um dado elementar contraria o que foi publicado no Brasil Móveis 2013, do IEMI. O número de indústrias de móveis era de 25.912, segundo o IBGE e não 17,5 mil como informou o IEMI. Fábricas de móveis de madeira, para o IBGE eram 22.136 e para o IEMI, 14.685. Uma diferença de “apenas” 50%.
O mesmo ocorre com as previsões deste instituto. Com relação ao mercado internacional afirma que: “As importações em 2014 somarão US$ 337 milhões e as exportações US$ 503 milhões, aumento de 14,5% e 8%, respectivamente”. Ora, se as importações em 2013, segundo o Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento (MDIC), alcançaram US$ 685,5 milhões, com mais 14,5% totalizariam quase US$ 785 milhões. As exportações (dados também do MDIC), somaram em 2013 US$ 692,1 milhões e com mais 8% chegariam a mais de RS$ 747 milhões este ano. Como se explica?
Os números do setor
Embora com atraso significativo, o que não se constitui novidade no IBGE. Imagine que as pesquisas mensais de indústria e do comércio, por exemplo, saem com dois meses de atraso, saíram as estatísticas do Cadastro Central de Empresas de 2012. As indústrias de móveis somavam 25.912, copie montre com 322.902 pessoas ocupadas. Porém, o número de empregados era de 284.526 pessoas. Note que as 12 maiores empresas ocupavam 5,6% do total da mão de obra, mais ou menos 15.900 empregados.
Outro dado interessante: das 25.912 empresas, apenas 4,4% (1.148) tem mais de uma fábrica. Estas respondem por 23,2% da mão de obra total, ou seja, pouco mais de 75 mil pessoas. É claro que a maior parte das indústrias trabalha com móveis de madeira. Em dezembro de 2012 eram 22.136, 85,4% do total e empregam 73,7% do total da mão de obra do setor. Quer dizer que se trata de empresas com uso mais intensivo de tecnologia.
Das empresas de móveis existentes, 56% são micro, empregando no máximo 4 pessoas e apenas 45 são consideradas grandes, empregando, cada uma, mais de 500 funcionários. Interessante notar também que entre as micro o salário médio é de 1,5 salário mínimo e sobe para 2,5 salários nas empresas maiores. Na média, a indústria pagava 2 salários mínimos. Salários e outras remunerações somaram R$ 4,6 bilhões no ano.
E por último, em 2012 haviam 53.727 empresas no comércio varejista especializado em móveis, colchoaria e artigos de iluminação, com 254.034 trabalhadores empregados com salário médio mensal de 1,8 salário mínimo.fake uhren
TAGS - moveleiro, IBGE, IEMI, mercado, institutos
Leonardo
Olá Ari, Matéria extremamente interessante! Parabéns pelo trabalho!